Do contrário do que geralmente se pensa, a maior parte da emissão de gases poluentes não vem dos transportes, mas sim da eletricidade produzida, que totaliza ¼ ou mais do total de emissões. Em Outubro de 2018, um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) foi criado por diversos cientistas renomados ao longo do globo e nele consta uma informação preocupante: se as emissões de gases poluentes não foram reduzidas rapidamente, haverão sérias consequências para o mundo e sua população.
Segundo o The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), o aumento na temperatura terrestre, provocado pelo lançamento de poluentes na atmosfera pode causar inundações, secas e eventos de calor ainda mais frequentes, e se esse crescimento não for freado, pode a resultar em extremos e irreversíveis danos ao planeta. Nessa perspectiva, Philip DeFranco, no vídeo “The Invisible NOW Problem And How Different Countries Are Fighting It...” traz para a discussão algumas considerações sobre a produção de eletricidade e como seus efeitos estão diretamente relacionados com essa problemática. Além disso, mostra como diferentes países lidam com a questão, sendo eles a Islândia e o Brasil, além de contar com o exemplo do Estado do Texas, nos EUA, como um grande exemplo de grande potencial em renováveis.
A Islândia tem sua produção elétrica efetivamente 100% renovável. Seu território é formado por prolíficas geleiras (compõem 11% da área) e quase duzentos vulcões ativos (por conta da sua localização que atravessa a área em que duas placas tectônicas estão se afastando). Essa combinação o uso de uma mistura de energia hidrelétrica e energia geotérmica. Assim, com a energia hidrelétrica, a Islândia perfaz ¾ da produção total de energia, que é destinada para residências, indústrias e empresas. A energia geotérmica é responsável pelos outros 1/4, atendendo a outros serviços de menor expressão. No entanto, nem sempre o país teve essa produção robusta de energia. Esses avanços só ocorreram quando a Islândia decidiu que não queria continuar sendo dependente do petróleo exterior. Assim, investiram fortemente na produção de energia, aproveitando as condições geográficas que seu território dispõe. A ONU, a partir disso, publicou um relatório que descreve o sucesso do país em renováveis.
Para falar sobre a situação da energia renovável no Brasil, Philip DeFranco contou com a participação ilustre do Prof. Dr. Emilio Lèbre La Rovere, professor Titular do Programa de Planejamento Energético (PPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com a segunda maior hidrelétrica do mundo, o Brasil tem uma base hidrelétrica forte para geração de energia. O professor destaca a dificuldade de tornar a energia hidrelétrica sustentável, principalmente quando uma onda de mudança climática atinge o mundo e consequentemente o Brasil, que é cenário de períodos de seca, que prejudicam o curso dos rios e interfere paralelamente no processo de geração de energia. Além disso, há outro problema é a questão do desgaste ambiental. Com isso, as propostas de construções de barragens na Amazônia, para fomentar a exploração da energia hidrelétrica, podem afetar diretamente os ecossistemas nativos daquele espaço. Isso salienta que há uma falta de grave de políticas energéticas no país. Em tese, apesar de animadora, a forte produção de eletricidade renovável no Brasil também gera um alto custo ambiental a ser pago.
Em seguida, Philip DeFranco chega ao exemplo do Texas, o maior consumidor de eletricidade dos EUA. O Estado possui uma riqueza de recursos energéticos, que é expressa em uma grande produção de petróleo e gás natural, que torna o Estado um dos principais produtores mundiais (até mesmo sem considerar o resto dos EUA). Outro traço relevante é seu vasto potencial de energia eólica e solar, além de se consagrar como o maior consumidor de eletricidade do país. A localização do Estado, assim como os outros exemplos citados, é bastante favorável para que esse aproveitamento da energia renovável seja, de fato, efetivo, mas não é o único fator que permite isso. O investimento pesado nessas bases de geração de energia é tão importante quanto.
Philip DeFranco e o Prof. Dr. Emilio Lèbre La Rovere concluem, com base na forma em como a Islândia, o Brasil e o Texas enfrentam a questão da geração de energia renovável, que para melhorar o potencial de geração de energia renovável não basta apenas ter uma posição geográfica favorável, mas sim investir nessa estrutura. Os custos são altos, mas o professor garante que é extremamente necessário encarar essa tarefa com um aproveitamento gerado a longo prazo. Assim, talvez, os efeitos negativos da geração de energia possam ser refreados. O planeta agradece.
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Em tempos de crise econômica, política e social, torna-se importante o debate sobre as perspectivas e propostas de soluções para crises específicas que o setor energético encara nesse contexto de total instabilidade econômica. O XVII CBE - Congresso Brasileiro de Energia, que veio com a proposta de fomentar essa discussão, aconteceu nos dias 21 e 22 de novembro de 2017, na cidade do Rio de Janeiro.
As pesquisadoras Silvia Schaffel (Engenheira Naval e pós-doutoranda em Planejamento Ambiental pelo Programa de Planejamento Energético PPE/COPPE/UFRJ) e Fernanda Westin (Turismóloga e Licenciada em Geografia, pós-doutoranda em Planejamento Ambiental pelo PPE/COPPE/UFRJ), representantes do LIMA/COPPE/UFRJ escreveram um artigo para o evento, apresentando o tema “Sinergias entre Geração Eólica Offshore e Exploração Marítima de Petróleo e Gás”. Como co-autor e coordenador, estava o Prof. Dr. Emílio Lèbre La Rovere, que é Doutor em Economia pela Universidade de Paris e Professor Titular do PPE/COPPE/UFRJ.
Segundo os autores, o Brasil possui um dos maiores e melhores recursos eólicos do mundo. Mesmo assim, a exploração dos potenciais eólicos onshore é priorizada, pois apresenta um custo de produção menor, de forma que a implementação de usinas offshore ainda está no ramo de projetos. O curioso é que a geração de energia eólica offshore cresce na Europa e apresentou uma baixa nos preços, que ficaram abaixo do que os da eólica onshore em alguns contextos.
Com base nessas informações, os autores percorrem paradigmas relevantes da geração de energia eólica offshore, comentando a evolução do setor, sua capacidade de redução de custos e a relação dos ajustes legais relacionados aos impactos na questão ambiental e a situação dessa forma de geração de energia no Brasil. Isso, até chegar ao ponto chave da discussão, que é a questão das sinergias entre geração eólica e de Petróleo e Gás offshore.
O tema oficial do XVII CBE – Congresso Brasileiro de Energia foi “Planejamento Energético e Novas Tecnologias” e a intenção do debate sobre as questões levantadas reflete a busca de uma nova perspectiva de visão do futuro, a médio e longo prazo, para termos específicos do setor energético.
A partir de março de 2019 ocorrerá a Pós-Graduação em Gestão sustentável de Energia da EUREM. O Prof. Emílio La Rovere será o docente responsável pelo módulo "Comércio de Emissões".
A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio), em parceria com o Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ, oferecem o curso de Pós-graduação em Gestão Sustentável de Energia – European EnergyManager (EUREM). O EUREM é um treinamento padronizado de educação continuada, oferecido em 33 países e formando uma rede com mais de 5.200 EnergyManagers. Para concluir o curso, é requerida a elaboração do projeto Energy Concept, com o objetivo de implementar ações de eficiência energética para o setor industrial. Os participantes bem-sucedidos receberão um certificado de MBA, emitido pela COPPE/UFRJ, assim como um certificado internacional emitido pela AHK-RJ juntamente com IHK-Nürnberg.
Sexta: 18h às 22h e Sábado: 8h às 17h (quinzenal)
Início: Março de 2019
Local: Centro do Rio de Janeiro
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A partir de março de 2019 ocorrerá o curso de extensão "Gestão em energias renováveis". O curso tem como objetivo formar profissionais com uma visão ampla sobre as tecnologias de geração de energia por fonte renovável e proporcionar a estes, ao final do curso, os conhecimentos e as aptidões úteis para resolver problemas práticos e desenvolver projetos no âmbito do aproveitamento das fontes renováveis de energia. Orienta-se, portanto, a atender às necessidades formativas específicas na área de geração e distribuição de energia elétrica a partir de fontes e tecnologias de aproveitamento dos recursos renováveis, com ênfase nas tecnologias solar, eólica e biomassa, além dos conhecimentos necessários para a comercialização das referidas fontes de energia.
Local: Centro do Rio de Janeiro
Início: Março de 2019
Dias e horários: Terças e Quintas (18h às 22h) ou Sábado (8h às 17h); semanais.
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O Prof. Emílio Lèbre la Rovère concedeu entrevistas para as plataformas de notícias Usbek & Rica, em 30 de outubro, e Actu-Environnement, em 8 de novembro de 2018. As conversas foram sobre as ameaças ao meio ambiente brasileiro com a eleição do novo presidente.
Seguem abaixo as matérias em francês e os links para as plataformas.
Confira a entrevista para a Usbek & Rica aqui
Confira a entrevista para a Actu-Environnement aqui