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Os professores da Coppe/UFRJ, Suzana Kahn, Andrea Santos e Emílio La Rovere, assim como a pesquisadora do Centro Clima e pós-doutoranda do PPE, Carolina Dubeux, participarão da 25º Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP 25) que será realizada, de 2 a 13 de dezembro, em Madri. O objetivo é discutir os avanços na implementação do Acordo de Paris, pelo qual os países signatários se comprometeram a reduzir as emissões de (GEE), com objetivo de limitar o aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais.
Às vésperas da conferência, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou que a concentração de gases causadores do efeito estufa GEE na atmosfera atingiu um recorde histórico, em 2018, ao alcançar o patamar de 407,8 partes por milhão (ppm), ou seja, 147% a mais que o nível pré-industrial de 1750.
Segundo a vice-diretora da Coppe/UFRJ, Suzana Kahn, que integra o grupo de pesquisadores que participará da Conferência, é necessário investir urgentemente na implementação de medidas, seja para mitigar as mudanças climáticas ou se adaptar a elas. “As análises econômicas mostram que é melhor gastar para reduzir emissões do que para se adaptar ao cenário de aquecimento. Além disso, os países mais vulneráveis terão uma dificuldade maior em se adaptar o que vai ampliar o fosso da desigualdade entre países ricos e pobres. Não há muita saída, vai ser muito caro enfrentar este problema, seja via mitigação, seja via adaptação”, explicou a vice-diretora da Coppe, que também é presidente do Painel do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC).
Na COP 25, Suzana participará de uma reunião da Aliança Global de Universidades sobre o Clima (GAUC, na sigla em inglês), nos dias 8 e 9 de dezembro. Por intermédio da Coppe, a UFRJ integra a este grupo de 12 universidades, criado em janeiro, durante a reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Atualmente o GAUC é liderado pela Universidade de Tsinghua (China), parceira da Coppe Centro China – Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, criado em 2009.
As instituições se reunirão para discutir como a tecnologia pode ajudar a atingir a meta de restringir o aquecimento global a 1,5ºC. A abertura será conduzida por Lord Nicholas Stern, diretor do Comitê Acadêmico da GAUC, presidente da British Academy e professor da London School of Economics and Political Science, e pelo vice-diretor geral do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente da China, Sun Zhen. A professora da Coppe abordará as ações realizadas pela UFRJ no âmbito das mudanças climáticas. A vice-diretora da Coppe também coordenará uma reunião do PBMC, evento paralelo às atividades da COP, que reunirá especialistas para discutir a elaboração do segundo relatório de avaliação da ciência do clima, adaptação e mitigação no Brasil.
“O importante é ter uma economia de baixo carbono em qualquer que seja a atividade produtiva. Em cada país os setores mais poluentes diferem: na China é o setor
energético, no Brasil, onde as fontes renováveis predominam na matriz energética, as emissões mais relevantes são provenientes da agropecuária e do desmatamento”, explica Suzana, ressaltando que, no caso do Brasil, o reflorestamento de áreas degradadas é muito importante para criar sumidouros de carbono e neutralizar parte das emissões. Também no dia 9 de novembro, a vice-diretora da Coppe moderará uma mesa com cientistas do IPCC sobre transição energética no setor de transporte.
O professor da Coppe, Emilio La Rovere, também estará presente na Conferência. No dia 3 de dezembro ele participará do debate “Usando estratégias de longo prazo para aprimorar as NDCs: visões dos governos, bancos, especialistas e sociedade civil”, promovido pelo IDDRI e pelo New Climate Institute, think tanks internacionais em mudanças climáticas. La Rovere falará sobre a precificação do carbono como elemento-chave para o cumprimento das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, e sobre a utilização da receita decorrente de uma possível taxação sobre o carbono para o financiamento de políticas para geração de emprego e redução da desigualdade social.
“O uso da receita de taxação de carbono para reduzir os impostos sobre a folha salarial impulsionaria a criação de empregos e as transferências governamentais para famílias de baixa renda permitiria uma redução gradual das desigualdades, necessária sobretudo em países em desenvolvimento, em compasso com a descarbonização da economia”, recomenda o professor.
Emilio também participará do Moving for Climate Now, uma “bicicletada” organizada pela empresa espanhola Iberdrola e pela UN Global Compact Network Spain, de Salamanca a Madri, entre os dias 26/11 e 1/12, com objetivo de gerar conscientização acerca da necessidade de se agir agora quanto às mudanças climáticas. Os participantes, especialistas internacionais em mudanças climáticas, incluindo executivos, cientistas e dirigentes de órgãos de governo e ONGs, após pedalarem de dia terão debates à tarde e à noite. La Rovere participará do trecho de 29 de novembro, na qual eles deixarão a cidade de Guadalupe, de bicicletas elétricas, até a chegada em Madrid no domingo 1º de dezembro, quando os participantes entregarão um manifesto ao Secretariado da Convenção.
Em 4 de dezembro, Emilio integrará um Painel sobre Mecanismos Financeiros Inovadores para o Enfrentamento das Mudanças Climáticas, em debate com Alfredo Syrkis, do Centro Brasil no Clima, e o professor Jean-Charles Hourcade, diretor do CIRED, da França.
Sobre Suzana Kahn
Vice-diretora da Coppe/UFRJ, Suzana Kahn é presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). Foi vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), de 2008 a 2015; secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (2008 a 2010), e subsecretária de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro (2010 a 2013). Em 2007 integrou o grupo de cientistas do IPCC agraciado com o Nobel da Paz pela dedicação a estudos sobre mudanças do clima e o aquecimento global.
Coordenadora executiva do Fundo Verde da UFRJ é membro do Conselho de Administração do Museu do Amanhã; do Conselho do Centro Empresarial de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); presidente do Conselho da BVRio, e consultora ad hoc do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. É responsável pela área de transporte do Grupo de Mitigação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
Sobre Emilio Lèbre La Rovere
Trabalhou no Departamento de Energia da FINEP de 1975 a 1988, sendo seu coordenador de 1986 a 1988, quando passou a ser professor adjunto em TI e DE no PPE da COPPE. Coordena o Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente (LIMA), desde 1997, e o Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (Centro Clima), desde 2000. Foi o primeiro coordenador do Mestrado e Doutorado em Engenharia Ambiental da Coppe, de 1989 a 1997, é Professor Titular desde 2013 e Pesquisador 1A do CNPQ desde 2007. La Rovere colabora desde 1992 com o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), vencedor do prêmio Nobel da Paz de 2007, conquistado pelo IPCC em conjunto com o ex-vice-presidente americano Al Gore. Participou em 2017 da Comissão de Alto Nível sobre Preço do Carbono, coordenada pelo prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz e por Lord Nicholas Stern, iniciativa da Carbon Pricing Leadership Partnership lançada pelo Governo da França com o Banco Mundial.
Desde o dia 30 de agosto, as praias do litoral do Nordeste têm sido atingidas por manchas de óleo, configurando o maior desastre ambiental em extensão territorial ocorrido na história no Brasil. Na última semana, foram encontrados pequenos fragmentos de resíduos de óleo no litoral do Sudeste, na Praia de Grussaí, localizada no Rio de Janeiro. Material semelhante também foi encontrado em algumas praias do Espírito Santo.
O jornal O Globo preparou uma notícia sobre a questão, contando com especialistas na área. O professor Emilio Lèbre La Rovere, coordenador do LIMA, expôs sua visão acerca da demora da resposta do governo frente ao ato que, segundo o professor, configura em uma tentativa de encontrar um ‘bode expiatório’ para o problema, quando atitudes de preservação deveriam ser tomadas. Emilio também concedeu uma entrevista à BBC sobre o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo (PNC) e a demora em seu acionamento (para ler a notícia, clique AQUI).
O professor também contesta a afirmação do presidente Jair Bolsonaro, que afirma que menos de 10% da quantidade de óleo chegou à costa brasileira e que deveriam se preparar para o pior, mas os especialistas descartam a possibilidade da chegada de óleo cru na cidade do Rio. Para isso, seria preciso que a substância ultrapassasse um recuo na costa, na altura da Região dos Lagos e, segundo o professor, é extremamente improvável que isso ocorra. Sendo assim, Emilio afirma que o governo deveria focar nas medidas para refrear os danos causados por esse vazamento, que segundo o IBAMA, já afetou mais de 700 localidades.
Confira AQUI a matéria na íntegra.
Com o objetivo de levantar o debate sobre as questões ambientais que envolvem o setor naval e offshore brasileiro, promovendo interação entre os profissionais dessa área, a Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (SOBENA) promove seu evento bienal, o Seminário de Meio Ambiente Marinho e Eficiência Energética, que está em sua 12° edição.
O seminário contará com a presença de vários especialistas na área, incluindo o professor Emilio Lèbre La Rovere (PPE/COPPE), que se apresentará no primeiro dia de evento, no painel que tratará sobre a Gestão das Emissões de Gases de Efeito Estufa no Setor Petróleo e Gás. O professor falará sobre a Mitigação das Emissões de GEE da E&P e do Refino de Petróleo e Gás Natural no Brasil. O 12° Seminário de Meio Ambiente Marinho e Eficiência Energética acontece nos dias 5 e 6 de novembro, na cidade do Rio de Janeiro, no Windsor Flórida Hotel, localizado na Rua Ferreira Viana, 81, Flamengo.
Para mais informações sobre o evento, clique AQUI.
A BBC News Brasil publicou, na última semana, uma matéria sobre o plano não acionado pelo governo para conter o vazamento de óleo que se espalha no Nordeste. O poluente, sem origem confirmada, foi identificado como petróleo cru, não sendo um derivado de óleo. Conforme análise feita pela Marinha e Petrobrás, se trata de um hidrocarboneto, conhecido popularmente como piche.
A substância já atingiu nove estados do Nordeste.
Segundo a matéria, apesar do Brasil ter o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo (o PNC) e ter se passado pelo menos cinquenta dias desde que o vazamento foi identificado pela primeira vez em território nacional, o plano ainda não foi acionado pelo Governo Federal. O Ministério Público Federal dos estados atingidos moveu uma ação exigindo que a Justiça Federal obrigue a União a acionar o PNC em 24 horas, com multa equivalente aos dias de descumprimento. Enquanto isso, foi criado um Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) para avaliar se o até então incidente é de significância nacional, para, a partir de uma constatação, acionar ou não o PNC.
Na matéria da BBC, especialistas discutem sobre as consequências do não acionamento desse plano, sobre a negligência com a qual o assunto foi tratado, sobre responsabilidade sobre o ocorrido e os resultados dessa degradação ambiental. O professor Emilio Lèbre La Rovere, coordenador do Laboratório Interdisciplinar de Mudança Climática (LIMA/COPPE/UFRJ), concedeu uma entrevista que integrou a matéria, em parceria de outros especialistas no assunto. O vazamento já é o maior desastre ambiental em extensão territorial ocorrido na história no Brasil.
Confira AQUI a matéria na íntegra.
De 29 a 31 de outubro, no Centro de Convenções SulAmérica, aconteceu a quinta edição do evento bienal da Offshore Technology Conference (OTC) em parceria do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). A programação OTC Brasil é composta por conferências e uma feira, contando com quatro plenárias, 22 sessões especiais e 40 sessões técnicas, sendo uma ótima oportunidade para profissionais conhecerem novidades, pesquisas e avanços em no ramo da exploração de petróleo no Brasil e no mundo.
Os pesquisadores Silvia Schaffel, Fernanda Westin, Mauricio Hernandez e Emilio Lèbre La Rovere (LIMA/COPPE/UFRJ) publicaram um artigo em que discutem a substituição da energia fóssil pela energia eólica offshore nas atividades de exploração e produção (E&P) no mundo e perspectivas para o Brasil. O artigo apresenta casos de campos concebidos na Noruega para alcançarem elevadas eficiências-carbono, aonde a substituição de combustíveis fósseis pela eletricidade tem potencial para reduções da ordem de 400.000 toneladas de CO2 por ano.
Considerando que o fornecimento de energia para atividades de E&P offshore de Petróleo e Gás no Brasil é fortemente baseado em combustíveis fósseis, há uma expectativa de sinergia entre a geração eólica offshore e a exploração marítima de petróleo e gás no Brasil.
A Offshore Technology Conference (OTC) é onde os profissionais de energia se reúnem para trocar ideias e opiniões para promover o conhecimento científico e técnico de recursos offshore e questões ambientais. Fundada em 1969, a principal conferência da OTC é realizada anualmente em Houston. O evento está entre as 200 maiores feiras realizadas anualmente nos Estados Unidos e entre as 10 maiores reuniões em termos de participação. A OTC é patrocinado por 13 organizações e sociedades do setor, que trabalham em cooperação para desenvolver o programa a cada ano. A OTC também possui duas organizações endossantes e dez organizações de apoio.
Confira AQUI o artigo apresentado;
Confira AQUI a apresentação dos pesquisadores do Lima no evento.